Objetivo: Comentar os episódios do Canto III, esclarecer sobre a personagem Inês de Castro e acrescentar trechos da obra que sustentem a interpretação feita.
D. Pedro, herdeiro do Rei D. Afonso IV, apaixonou-se por Inês de Castro.
Este romance começou a ser comentado e mal aceito na corte e pelo próprio povo.
Sob o pretexto da moralidade, o rei não aprovava esta relação. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. Assim, em o rei mandou exilar Inês no castelo de Albuquerque, na fronteira castelhana. No entanto, a distância não teria apagado o amor entre Pedro e Inês.
Havia boatos de que o príncipe tinha se casado secretamente com Inês. Logo, o rei D. Afonso IV decidiu que a melhor solução seria matar D. Inês de Castro. A morte de Inês provocou a revolta de D. Pedro contra D. Afonso IV. Pedro tornou-se o oitavo rei de Portugal. Em Junho de 1360 fez a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com Inês em 1354. Daí o dito: “aquela que depois de morta foi Rainha”! 
“Passada esta tão próspera vitória, 
Tornado Afonso à Lusitana Terra, 
A se lograr da paz com tanta glória 
Quanta soube ganhar na dura guerra, 
O caso triste e dino da memória, 
Que do sepulcro os homens desenterra, 
Aconteceu da mísera e mesquinha 
Que despois de ser morta foi Rainha.”
O rei Afonso voltou a Portugal depois da vitória contra os mouros, esperando obter tanta glória na paz quanto obtivera na guerra. Então aconteceu o triste e memorável caso da desventurada que foi rainha depois de ser morta, assassinada.
“Tu, só tu, puro Amor, com força crua, 
Que os corações humanos tanto obriga, 
Deste causa à molesta morte sua, 
Como se fora pérfida inimiga. 
Se dizem, fero Amor, que a sede tua 
Nem com lágrimas tristes se mitiga, 
É porque queres, áspero e tirano, 
Tuas aras banhar em sangue humano.”
O Amor, somente ele, foi quem causou a morte de Inês, como se ela fosse uma inimiga. Dizem que o Amor feroz, cruel, não se satisfaz com as lágrimas, com a tristeza, mas exige, como um deus severo e despótico, banhar seus altares em sangue humano.
“Estavas, linda Inês, posta em sossego, 
De teus anos colhendo doce fruito, 
Naquele engano da alma, ledo e cego, 
Que a Fortuna não deixa durar muito, 
Nos saudosos campos do Mondego, 
De teus fermosos olhos nunca enxuito, 
Aos montes insinando e às ervinhas 
O nome que no peito escrito tinhas.”
Inês estava sossegada, usufruindo a felicidade ilusória da juventude. Nos campos, com os belos olhos úmidos de lágrimas de amor, repetia o nome do seu amado aos montes e às ervas.
“Do teu Príncipe ali te respondiam 
As lembranças que na alma lhe moravam, 
Que sempre ante seus olhos te traziam, 
Quando dos teus fermosos se apartavam; 
De noite, em doces sonhos que mentiam, 
De dia, em pensamentos que voavam; 
E quanto, enfim, cuidava e quanto via 
Eram tudo memórias de alegria.”
  
As lembranças do Príncipe respondiam-lhe, em pensamentos e em sonhos, quando ele estava longe. Ambos não se esqueciam um do outro e se “comunicavam” através da memória, em forma de pensamentos e sonhos. Assim, tudo quanto faziam ou viam os fazia felizes, porque lembravam dos respectivos amados.
“Tirar Inês ao mundo determina, 
Por lhe tirar o filho que tem preso, 
Crendo c’o sangue só da morte ladina 
Matar do firme amor o fogo aceso. 
Que furor consentiu que a espada fina, 
Que pôde sustentar o grande peso 
Do furor Mauro, fosse alevantada 
Contra hûa fraca dama delicada?”
  
O Príncipe se recusa a casar com outras mulheres porque o amor despreza, rejeita tudo que não seja o rosto da amada a quem está sujeito. Então, o pai atende ao murmurar do povo decide matar Inês, para que o filho seja libertado do seu amor. O pai acredita que só o sangue da morte apagará o fogo do amor.
  
”Traziam-na os horríficos algozes 
Ante o Rei, já movidos a piedade; 
Mas o povo, com falsas e ferozes 
Razões, à morte crua o persuade. 
Ela, com tristes e piedosas vozes, 
Saídas só da mágoa e saudade 
Do seu Príncipe e filhos, que deixava, 
Que mais que a própria morte a magoava.”
Referências Bibliográficas
http://resumos.netsaber.com.br/ver_resumo_c_1509.html
lusiadas.gertrudes.com/poesia3.html
pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lusíadas
http://www.mundovestibular.com.br/articles/547/1/OS-LUSIADAS---Luis-de-Camoes-Resumo/Paacutegina1.html
Sugestões de Leitura:
http://www.casadobruxo.com.br/poesia/l/camoes32.htm
Equipe: Ane Caroline, Exupério Lédo, Laís Liziane, 
Mailson Luan e Maikon Amorim.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
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Olá, galerinha! Gostei demais da interpretação do grupo sobre o amor de Inês por D. Pedro. Porém, confesso que senti falta dos comentários sobre as estrofes que abordam o assassinato da "dama delicada". E de seu pedido de clemência ao rei pelo destino miserável de seus filhos amados e pequeninos, que com sua morte ficariam ófãos e desamparados. Abraços, a pró!
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